Registrados desde as eras primitivas, os objetos voadores não identificados têm encontrado no cinema o seu lugar não apenas de existência, mas de motivação e de reflexão sobre o próprio homem e as variadas especulações de como serão os nossos vizinhos no universo.
Ted, Bill, Patrick e James, os pesquisadores da série "Caçadores de OVNIS", garantem que discos voadores existem. Tanto que, todas as quartas-feiras, no History Channel, apresentam novas evidências. Relatos de casos de abduções, experiências científicas com humanos e até de contato imediatos de terceiro grau foram e são alvos de estudos. Centenas de livros sobre investigações de aparecimentos e até quedas de OVNIs ganham espaço nas livrarias, enquanto a imprensa publica novos casos de aparecimentos a cada dia. Afora, os mistérios antigos, como o caso Roswell e a Área 51.
Enquanto isso, astrônomos e astrofísicos já descobriram cerca de 300 exoplanetas - mundos fora do nosso sistema solar -, num incansável trabalho para detectar planetas possivelmente habitáveis ou habitados. Um espectógrafo chamado "Harps" (procurador de planetas por velocidade radial de alta precisão, ligado ao telescópio do Observatório Europeu Meridional, em La Silla, no Chile, que custou milhões de dólares, é a nova arma da ciência. Com tantos mundos e galáxias lá fora, não é possível se acreditar que somente nós, humanos problemáticos, tenhamos o dom da existência.
Independentemente da questão por busca de vida extraterrestre, o cinema já tomou partido: extraterrestres existem e eles vêm para cá em seus discos voadores. Há filmes que dizem que eles são perigosos, querem se apossar de nosso mundo, o mais belo de todo o universo - e, lamentavelmente, somente nós não sabemos disso; outros, que estão de passagem e, ainda filmes que querem contatos de paz. Alguns deles mais recentes tratam os alienígenas como espíritos evoluídos e, outros, até deuses.
Na realidade, os discos voadores passaram a ser notícia após as explosões atômicas em Hiroshima e Nagasaki. Com a eclosão da Guerra Fria entre americanos e soviéticos, o cinema passou a tratar os casos da ufologia na esfera política.
Em "O Disco Voador" (The flying saucer), feito por Mikel Conrad em 1950, o aparecimento de objetos voadores no Alaska faz a CIA enviar dois de seus agentes para lá, mas o tal disco do título serve apenas para motivar uma guerra entre espiões. No ano seguinte, "O Mistério do Disco Voador" foi o primeiro seriado de ficção científica a chegar aos cinemas.
1951 foi um ano notável para a ficção científica e, especialmente, para os discos voadores. Naquele mesmo ano surgiriam três obras clássicas: "O Monstro do Ártico" (The thing from another world), de Christian Nyby, "O Homem do Planeta X" (The men from planet X), de Edga G. Ulmer, e "O Dia em que a Terra Parou" (The Day the Earth Stood Still), de Robert Wise.
Baseado no romance de John W. Campbell (1910-71), "O Monstro do Ártico" narra o encontro de um grupo de cientistas que encontra um gigantesco disco voador e inadvertidamente descongela seu ocupante, um extraterrestre que passa a persegui-los. Refilmado em 1982 por John Carpenter como "O Enigma do Outro Mundo", o alienígena ganha o poder de se metamorfosear em humanos. Em "O Homem do Planeta X", de Edgar G. Ulmer, um alienígena deseja apenas consertar sua nave e prosseguir viagem, mas se torna alvo de dois cientistas, um que deseja dissecá-lo para estudos, e outro que quer apenas saber o que ele sabe sobre o universo.
O mais famoso de todos, "O Dia em que a Terra Parou" também acompanha um alienígena pacífico, Klatoo (Michael Rennie), emissário de uma organização galáxia que vem à Terra alertar os governantes sobre o perigo da armas atômicas, as quais, usadas, podem desequilibrar o universo. Este também teve uma refilmagem de qualidade, a cargo por Scott Derrickson, mas, ao contrário do clássico, o alienígena, vivido por Keanu Reeves, demonstra ter os poderes de um Deus - ressuscita um policial, lança pragas sobre a civilização, recolhe os animais numa arca e, por fim, deixa o homem sem a tecnologia.
Em 1953 surgem "Invasores de Marte" (Invaders from Mars, 53), de William Cameron Menzies, no qual invasores transformam os humanos em escravos; e "Veio do Espaço" (It Came from outer space, 53), de Jack Arnold. Novamente alienígenas caem na Terra e tentam conquistar a solidariedade humana. O problema é, como são bizarros e monstruosos aos olhos humanos, passam a ser perseguidos.
No entanto, os discos voadores mais famosos e ameaçadores do cinema surgiram em "A Guerra dos Mundos", adaptação do romance de H. G. Wells (1866-1946) - que já tinha sido levada ao rádio, em outubro de 1938, sob o comando de um jovem gênio chamado Orson Welles, levando ao pânico 1,2 milhão de pessoas das cidades de Nova Jersey, Newark e Nova York. Dirigido por Byron Haskin, com Gene Barry, o filme mostra discos voadores marcianos devastando a raça humana para ocupar o planeta. Em 2005, Steven Spielberg fez uma nova adaptação do romance, numa obra de tom realista, com Tom Cruise defendendo a família em meio a cenas espetaculares dos marcianos destruindo a civilização humana.
Em 1955, "Guerra Entre Planetas" (This Island Earth), de Joseph Newman, apresentava um casal terrestre que, levada para o espaço, presencia uma guerra entre duas civilizações extraterrestres. Incompreendido à época, hoje é considerado um clássico do gênero.
A partir de "A Invasão dos Discos Voadores" (Earth VS Flying Saucers), de Fred F. Sears, os ETs ganharam definitivamente a pecha de hostis. Discos voadores destroem os foguetes que saem da Terra e o cientista Hugh Marlowe descobre um plano de invasão cuja finalidade é escravizar a humanidade.
Nos anos seguintes, com o gênero em decadência, discos voadores trouxeram novos aliens invasores em "O Emissário de Outro Mundo" (57), de Roger Corman, e "O Horror Vem do Espaço" (Fiend Without a Face, 58), de Edward L. Cahn, e "O Submarino Atômico" (The Atomic submarine, 59), de Spencer Gordon Bennet.
Nos anos 60, "O Dia em que Marte Invadiu a Terra" (63), de Maury Dexter, foi um dos raros filmes feitos ao longo da década. Nos anos 70, "Escravos da Noite" (70), uma produção B, mostrava os moradores de uma cidade manipulados por alienígenas que apenas desejavam consertar a sua nave avariada. E a aventura juvenil de ficção científica "A Montanha Enfeitiçada" (75), de John Hough, sobre duas crianças que ajudam também crianças alienígenas a voltar para casa, foi um sucesso popular isolado.
Foi Steven Spielberg o responsável pela renovação da ficção científica no cinema, até então germinando gerações de fãs nas séries de TV como "Os Invasores", "Perdidos no Espaço", "Jornada nas Estrelas", entre outras. "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" (77) surpreendia ao mostrar os ETs como amigáveis e, na mensagem, que os humanos teriam muito a ganhar com uma parceria. Para isso, várias pessoas partem com os extraterrestres a fim de conhecerem os mistérios e segredos do universo.
Spielberg de novo: em 1982, "E.T., o Extraterrestre", revela a encantadora história de três crianças que ajudam um pequenino alien a ser resgatado pela nave mãe que o tinha abandonado. Seguindo a mesma proposta pacífica, em "Starman, o Homem das Estrelas" (84), um visitante espacial (Jeff Bridges) chega à Terra motivado pela mensagem contida na nave espacial Voyage One, lançada em 1977. Aqui, no entanto, tem a sua nave derrubada por aviões militares e passa a ser perseguido. Uma jovem viúva (Karen Allen) ajuda o alienígena a chegar ao deserto de Nevada, onde será resgatado.
Novamente os ETs são amigáveis em "O Milagre Veio do Espaço" (Batteries not included, 87), de Matthew Robbins, num enredo curioso sobre um grupo de velhinhos que, ameaçados de perder suas casas, são ajudados por minúsculos discos voadores. Ainda de 1987, "Predador" (Prsedator), de John McTiernan, surpreende com a história de um alienígena que caça humanos numa selva da América Central.
No ano seguinte, "Missão Alien" (Alien Nation), de Graham Baker, traz uma nação alienígena para conviver com a humanidade. Girando em torno do preconceito, um alienígena se torna parceiro de um policial humano. O sucesso do filme acabou gerando uma série de TV que foi ao ar em 1989 com 22 episódios. Notícias recentes dão conta de que a Fox prepara um "remake" da série. Em 1989 "O Segredo do Abismo", de James Cameron, também faz um tratado de paz com os alienígenas, num dos mais belos filmes da moderna ficção científica.
Nos anos 90 não houve um grande filme sobre discos voadores. Apenas produções menores como "O Caso Roswell" (94), de Jeremy Paul Kagan, reconstituindo a queda de um disco voador na noite de 8 de julho de 1947, no deserto do Novo México, e a polêmica entre civis (que viram os destroços) e militares (que teriam resgatados os aliens sobreviventes). Novas investigações garantem que houve um choque entre duas naves extraterrestres e que em ambas tinham sobreviventes.
Um dos casos mais contundentes da presença de discos voadores, o seqüestro e abdução do lenhador Travis Walton, ocorrido nas florestas do Arizona em 5 de novembro de 1975, teve uma decepcionante reconstituição em "Fogo no Céu" (Fire in the Sky), de Robert Lieberman. Em 1996, Tim Burton fez uma homenagem à ficção científica em "Marte Ataca!" (96), mas o resultado foi igualmente decepcionante.
No novo século, "Contato Alienígena" (Alien Hunter, 2003), de Ron Kraus, ambientado no polo sul, narra o encontro de um cientista com os tripulantes de uma nave avariada, a qual ele ajuda a consertar. Em "Área 51 - Zona Mortal" (2007), de James P. Lay, uma enganosa produção "B", um casal é perseguido por um alienígena no deserto de Nevada.
Até agora, o mais expressivo filme feito nesta década, sobre disco voador, "Presságio", de Alex Proyas, traz uma proposta diferente. Os discos voadores são tripulados por espíritos avançados que assumem a forma humana para resgatar da Terra um grupo seletivo de crianças antes que o alinhamento planetário aniquile toda a forma de vida numa devastação cósmica.
Todas as atenções se voltam, no momento, para "Avatar", o novo trabalho de James Cameron, no qual naves espaciais humanas encontram um planeta desconhecido, Pandora, habitado por formas diversas de vida, as quais se sentem ameaçadas e passam a combater os terráqueos. "Avatar", feito totalmente no sistema digital, estréia mundialmente no dia 18 de dezembro.
PEDRO MARTINS FREIRE
CRÍTICO DE CINEMA
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/
Ted, Bill, Patrick e James, os pesquisadores da série "Caçadores de OVNIS", garantem que discos voadores existem. Tanto que, todas as quartas-feiras, no History Channel, apresentam novas evidências. Relatos de casos de abduções, experiências científicas com humanos e até de contato imediatos de terceiro grau foram e são alvos de estudos. Centenas de livros sobre investigações de aparecimentos e até quedas de OVNIs ganham espaço nas livrarias, enquanto a imprensa publica novos casos de aparecimentos a cada dia. Afora, os mistérios antigos, como o caso Roswell e a Área 51.
Enquanto isso, astrônomos e astrofísicos já descobriram cerca de 300 exoplanetas - mundos fora do nosso sistema solar -, num incansável trabalho para detectar planetas possivelmente habitáveis ou habitados. Um espectógrafo chamado "Harps" (procurador de planetas por velocidade radial de alta precisão, ligado ao telescópio do Observatório Europeu Meridional, em La Silla, no Chile, que custou milhões de dólares, é a nova arma da ciência. Com tantos mundos e galáxias lá fora, não é possível se acreditar que somente nós, humanos problemáticos, tenhamos o dom da existência.
Steven Spielberg realizou vários filmes sobre extraterrestres. Duas de suas mais famosas produções , foram "E.T., o extraterrestre" sobre a história de três crianças envolvidas com o resgate de um pequeno extraterrestre e "Contatos Imediatos de Terceiro Grau.
Independentemente da questão por busca de vida extraterrestre, o cinema já tomou partido: extraterrestres existem e eles vêm para cá em seus discos voadores. Há filmes que dizem que eles são perigosos, querem se apossar de nosso mundo, o mais belo de todo o universo - e, lamentavelmente, somente nós não sabemos disso; outros, que estão de passagem e, ainda filmes que querem contatos de paz. Alguns deles mais recentes tratam os alienígenas como espíritos evoluídos e, outros, até deuses.
Na realidade, os discos voadores passaram a ser notícia após as explosões atômicas em Hiroshima e Nagasaki. Com a eclosão da Guerra Fria entre americanos e soviéticos, o cinema passou a tratar os casos da ufologia na esfera política.
Em "O Disco Voador" (The flying saucer), feito por Mikel Conrad em 1950, o aparecimento de objetos voadores no Alaska faz a CIA enviar dois de seus agentes para lá, mas o tal disco do título serve apenas para motivar uma guerra entre espiões. No ano seguinte, "O Mistério do Disco Voador" foi o primeiro seriado de ficção científica a chegar aos cinemas.
1951 foi um ano notável para a ficção científica e, especialmente, para os discos voadores. Naquele mesmo ano surgiriam três obras clássicas: "O Monstro do Ártico" (The thing from another world), de Christian Nyby, "O Homem do Planeta X" (The men from planet X), de Edga G. Ulmer, e "O Dia em que a Terra Parou" (The Day the Earth Stood Still), de Robert Wise.
Baseado no romance de John W. Campbell (1910-71), "O Monstro do Ártico" narra o encontro de um grupo de cientistas que encontra um gigantesco disco voador e inadvertidamente descongela seu ocupante, um extraterrestre que passa a persegui-los. Refilmado em 1982 por John Carpenter como "O Enigma do Outro Mundo", o alienígena ganha o poder de se metamorfosear em humanos. Em "O Homem do Planeta X", de Edgar G. Ulmer, um alienígena deseja apenas consertar sua nave e prosseguir viagem, mas se torna alvo de dois cientistas, um que deseja dissecá-lo para estudos, e outro que quer apenas saber o que ele sabe sobre o universo.
O mais famoso de todos, "O Dia em que a Terra Parou" também acompanha um alienígena pacífico, Klatoo (Michael Rennie), emissário de uma organização galáxia que vem à Terra alertar os governantes sobre o perigo da armas atômicas, as quais, usadas, podem desequilibrar o universo. Este também teve uma refilmagem de qualidade, a cargo por Scott Derrickson, mas, ao contrário do clássico, o alienígena, vivido por Keanu Reeves, demonstra ter os poderes de um Deus - ressuscita um policial, lança pragas sobre a civilização, recolhe os animais numa arca e, por fim, deixa o homem sem a tecnologia.
Em 1953 surgem "Invasores de Marte" (Invaders from Mars, 53), de William Cameron Menzies, no qual invasores transformam os humanos em escravos; e "Veio do Espaço" (It Came from outer space, 53), de Jack Arnold. Novamente alienígenas caem na Terra e tentam conquistar a solidariedade humana. O problema é, como são bizarros e monstruosos aos olhos humanos, passam a ser perseguidos.
No entanto, os discos voadores mais famosos e ameaçadores do cinema surgiram em "A Guerra dos Mundos", adaptação do romance de H. G. Wells (1866-1946) - que já tinha sido levada ao rádio, em outubro de 1938, sob o comando de um jovem gênio chamado Orson Welles, levando ao pânico 1,2 milhão de pessoas das cidades de Nova Jersey, Newark e Nova York. Dirigido por Byron Haskin, com Gene Barry, o filme mostra discos voadores marcianos devastando a raça humana para ocupar o planeta. Em 2005, Steven Spielberg fez uma nova adaptação do romance, numa obra de tom realista, com Tom Cruise defendendo a família em meio a cenas espetaculares dos marcianos destruindo a civilização humana.
Em 1955, "Guerra Entre Planetas" (This Island Earth), de Joseph Newman, apresentava um casal terrestre que, levada para o espaço, presencia uma guerra entre duas civilizações extraterrestres. Incompreendido à época, hoje é considerado um clássico do gênero.
A partir de "A Invasão dos Discos Voadores" (Earth VS Flying Saucers), de Fred F. Sears, os ETs ganharam definitivamente a pecha de hostis. Discos voadores destroem os foguetes que saem da Terra e o cientista Hugh Marlowe descobre um plano de invasão cuja finalidade é escravizar a humanidade.
Nos anos seguintes, com o gênero em decadência, discos voadores trouxeram novos aliens invasores em "O Emissário de Outro Mundo" (57), de Roger Corman, e "O Horror Vem do Espaço" (Fiend Without a Face, 58), de Edward L. Cahn, e "O Submarino Atômico" (The Atomic submarine, 59), de Spencer Gordon Bennet.
Nos anos 60, "O Dia em que Marte Invadiu a Terra" (63), de Maury Dexter, foi um dos raros filmes feitos ao longo da década. Nos anos 70, "Escravos da Noite" (70), uma produção B, mostrava os moradores de uma cidade manipulados por alienígenas que apenas desejavam consertar a sua nave avariada. E a aventura juvenil de ficção científica "A Montanha Enfeitiçada" (75), de John Hough, sobre duas crianças que ajudam também crianças alienígenas a voltar para casa, foi um sucesso popular isolado.
Foi Steven Spielberg o responsável pela renovação da ficção científica no cinema, até então germinando gerações de fãs nas séries de TV como "Os Invasores", "Perdidos no Espaço", "Jornada nas Estrelas", entre outras. "Contatos Imediatos do Terceiro Grau" (77) surpreendia ao mostrar os ETs como amigáveis e, na mensagem, que os humanos teriam muito a ganhar com uma parceria. Para isso, várias pessoas partem com os extraterrestres a fim de conhecerem os mistérios e segredos do universo.
Spielberg de novo: em 1982, "E.T., o Extraterrestre", revela a encantadora história de três crianças que ajudam um pequenino alien a ser resgatado pela nave mãe que o tinha abandonado. Seguindo a mesma proposta pacífica, em "Starman, o Homem das Estrelas" (84), um visitante espacial (Jeff Bridges) chega à Terra motivado pela mensagem contida na nave espacial Voyage One, lançada em 1977. Aqui, no entanto, tem a sua nave derrubada por aviões militares e passa a ser perseguido. Uma jovem viúva (Karen Allen) ajuda o alienígena a chegar ao deserto de Nevada, onde será resgatado.
Novamente os ETs são amigáveis em "O Milagre Veio do Espaço" (Batteries not included, 87), de Matthew Robbins, num enredo curioso sobre um grupo de velhinhos que, ameaçados de perder suas casas, são ajudados por minúsculos discos voadores. Ainda de 1987, "Predador" (Prsedator), de John McTiernan, surpreende com a história de um alienígena que caça humanos numa selva da América Central.
No ano seguinte, "Missão Alien" (Alien Nation), de Graham Baker, traz uma nação alienígena para conviver com a humanidade. Girando em torno do preconceito, um alienígena se torna parceiro de um policial humano. O sucesso do filme acabou gerando uma série de TV que foi ao ar em 1989 com 22 episódios. Notícias recentes dão conta de que a Fox prepara um "remake" da série. Em 1989 "O Segredo do Abismo", de James Cameron, também faz um tratado de paz com os alienígenas, num dos mais belos filmes da moderna ficção científica.
Nos anos 90 não houve um grande filme sobre discos voadores. Apenas produções menores como "O Caso Roswell" (94), de Jeremy Paul Kagan, reconstituindo a queda de um disco voador na noite de 8 de julho de 1947, no deserto do Novo México, e a polêmica entre civis (que viram os destroços) e militares (que teriam resgatados os aliens sobreviventes). Novas investigações garantem que houve um choque entre duas naves extraterrestres e que em ambas tinham sobreviventes.
Um dos casos mais contundentes da presença de discos voadores, o seqüestro e abdução do lenhador Travis Walton, ocorrido nas florestas do Arizona em 5 de novembro de 1975, teve uma decepcionante reconstituição em "Fogo no Céu" (Fire in the Sky), de Robert Lieberman. Em 1996, Tim Burton fez uma homenagem à ficção científica em "Marte Ataca!" (96), mas o resultado foi igualmente decepcionante.
No novo século, "Contato Alienígena" (Alien Hunter, 2003), de Ron Kraus, ambientado no polo sul, narra o encontro de um cientista com os tripulantes de uma nave avariada, a qual ele ajuda a consertar. Em "Área 51 - Zona Mortal" (2007), de James P. Lay, uma enganosa produção "B", um casal é perseguido por um alienígena no deserto de Nevada.
Até agora, o mais expressivo filme feito nesta década, sobre disco voador, "Presságio", de Alex Proyas, traz uma proposta diferente. Os discos voadores são tripulados por espíritos avançados que assumem a forma humana para resgatar da Terra um grupo seletivo de crianças antes que o alinhamento planetário aniquile toda a forma de vida numa devastação cósmica.
Todas as atenções se voltam, no momento, para "Avatar", o novo trabalho de James Cameron, no qual naves espaciais humanas encontram um planeta desconhecido, Pandora, habitado por formas diversas de vida, as quais se sentem ameaçadas e passam a combater os terráqueos. "Avatar", feito totalmente no sistema digital, estréia mundialmente no dia 18 de dezembro.
PEDRO MARTINS FREIRE
CRÍTICO DE CINEMA
Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/
0 comentários:
Postar um comentário